domingo, 12 de setembro de 2010

Fecha o livro, apaga a luz.

Apagam-se as luzes, e acendem-se as memórias.

E por mais esforço que se faça, por vezes até o nosso subconsciente nos trai, trazendo-nos sonhos que não passam disso mesmo. Há muito que isso não lhe acontecia. Voltou. Mais vivo que nunca.

E com eles regressam todos as lágrimas escondidas, os desejos reprimidos, as vontades caladas.

Revisita cartas, mensagens, textos, imagens, símbolos, como se de algum modo com isso a distância diminuisse.

Um turbilhão de imagens atravessa-lhe o cérebro, como um fast-forward descontrolado, memórias a sonhos misturados, o ar parece escapar-lhe, uma agonia toma conta de si...

Fecha os olhos e vê o seu corpo, quase que o consegue tocar com a ponta dos dedos, sabe-o de cor, ainda... Demora-se aqui e ali, ouvindo a sua respiração, cadenciada, profunda, quente, quase que a consegue sentir, percorre-lhe um arrepio... Respira-a, como se de oxigénio se trata-se, como se isso lhe restaurasse a respiração que há pouco perdera...

Fuma um cigarro. Apaga a luz.

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