segunda-feira, 19 de julho de 2010

Música para os meus ouvidos

Entre conversas que por vezes já se tornam repetitivas, é frequente, a dada altura, dizerem-me, com ar triufante, como se tivessem encontrado a solução para todos os meus problemas "então pronto, aí tens a tua resposta".

Já a procuro há algum tempo. Provavelmente há mais tempo do que me consigo lembrar. Se calhar já a tinha dentro de mim mas não a via. Ou não tinha a coragem para a passar das palavras aos actos. Não é fácil, diga-se. Nunca o foi, nunca o será - por mais que a sociedade evolua. E mesmo aí, já não estarei aqui para o ver.

Às vezes sinto o peso do mundo nos ombros. Como se uma decisão minha pudesse, de algum modo, influenciar o futuro da humanidade. Ingenuidade.

E, por entre os muros que contruí à minha volta, no silêncio em que me coloquei, ela ressoa na minha cabeça.

Não é fácil estar no silêncio. É tão mais fácil ouvir o ruúdo e deixarmo-nos distrair, deixarmo-nos levar. Ouvir outras vontades que não as nossas. Tão mais simples, tão mais claras. Como quando queremos muito lembrar-nos daquela música que tanto gostamos, tentamos cantar só o refrão mas, a música que está a passar no rádio não deixa. Não conseguimos por mais que tentemos. Temos mesmo que apagar o rádio.

Foi isso que fiz. Apaguei o rádio. Oiço agora só a minha música. E ela começa agora a ressoar nos meus ouvidos vezes sem conta. A toda a hora. Ja nem consigo ouvir o rádio.

Só falta conseguir que a oiçam comigo.

Sem comentários:

Enviar um comentário